No momento de euforia tudo que se quer é conquistar, flertar. São tantos lábios, aromas diversos: negro, branco. Um prazer completo. A música envolve seres estranhos de uma noite, de um olhar, envolvem-se como apaixonados; verdadeira entrega.
Não há vergonha, nem pudor somente o desejo de viver o agora por que tudo que se quer é não perder tempo. Tempo é ouro. São apaixonados de uma noite inteira, de alguns minutos quando engatam suas bocas e depois saem sorrindo cada um para um lado. Momentos, apenas momentos que podem se repetir ou nunca mais provocar o efêmero fogo avalassador, mas saudade, decepção, tristeza.
São escolhas, vivências, porém, na verdade tudo que se quer é um par para noite inteira e para a vida, para alguns minutos, para o eterno, para quando a euforia passar, sorrir-se lembrando de como é bom viver ao lado de quem se gosta, ama.
O vazio que fica depois dos amassos, olhares gulosos, toques, sexo sevalgem, é a prova de que “ficar” é igual a “passar” provocando a sensação de uma felicidade casual e momentânea, acabou a festa? Acabaram também, o carinho, as carícias, o envolvimento e volta-se para casa sonhando em encontrar um dia o que não vai se achar novamente por que os lugares não são iguais e nem possuem as mesmas pessoas.
Resta-nos esquecer e considerar que se trata de mais um (a) que passou como o vento que levanta a poeira do deserto e modela o solo em diferentes formas, mas se lembrar faça-o apenas por fazer e não espere nada, não deseje nem sonhe, o “ficar” que fica é sinônimo de destruição, insônia, lágrimas. Por isso que ele deveria ser chamado de “vai” e não “fica (r)”.